Cirurgia minimamente invasiva de pé e tornozelo

As cirurgias minimamente invasivas, vem sendo usadas a ser usadas e estão presentes em diversas áreas da medicina, ajudando a tornar os procedimentos mais eficientes, à medida que acelera a recuperação pós-operatória, devido à menor agressão tecidual, associada à redução dos riscos das complicações clássicas das cirurgias tradicionais, principalmente relacionadas às infecções e problemas de pele (cicatrização, deiscência e necrose das bordas da ferida).

Saiba dos fatos principais sobre as cirurgias minimamente invasivas.

O que é a cirurgia minimamente invasiva?

As cirurgias minimamente invasivas na ortopedia são procedimentos em que são utilizadas pequenas incisões de pele para sua realização, tendo alguma outra forma de “visão” ou de “guia” para sua realização.

Tradicionalmente, existem 2 métodos: Artroscopia (a cirurgia é guiada por uma microcâmera) e a Cirurgia Percutânea (o procedimento é guiado através de um equipamento de fluoroscopia, o qual é semelhante a um Raio X, onde aparece uma imagem semelhante a de um Raio X convencional, em um monitor que fica dentro da sala de cirurgia).

Esse modelo de cirurgia surgiu com o intuito de trazer diversos benefícios para os pacientes.

No entanto, é preciso estar atento a questões técnicas, pois nem todos os cirurgiões estão aptos a realizar esse tipo de procedimento, principalmente porque necessita de muito treinamento e prática em técnicas específicas, que necessitam de alguma tecnologia, nem sempre disponíveis nas residências médicas tradicionais.

Essas técnicas são guiadas diferentemente dos métodos tradicionais e precisa-se ter noção de espaço e distância que precisa de bastante treino e estudo. Inclusive, tais técnicas utilizadas em mãos inexperientes podem trazer grandes riscos ao paciente.

Vantagens da cirurgia minimamente invasiva:

Cortes menores, por isso preserva mais estruturas saudáveis, acelerando o processo de recuperação.

  • Reduz o sangramento intraoperatório;
  • Reduz as dores do pós-operatório;
  • Diminui os riscos de infecção;
  • Possibilita a recuperação mais rápida e
  • O paciente passa menos tempo no hospital depois da cirurgia.

Diferenças da cirurgia minimamente invasiva para a convencional

  • A cirurgia convencional apresenta maior agressão aos tecidos do corpo por causa dos cortes extensos;
  • A cirurgia minimamente invasiva apresenta cicatrizes menores;
  • Além de proporcionar um corte menor, a cirurgia minimamente invasiva possibilita uma recuperação bem mais rápida;
  • Menor dano muscular;
  • As chances de complicação de pele são menores nas cirurgias com pequenas incisões;

Quem pode fazer a cirurgia minimamente invasiva?

A princípio qualquer ortopedista pode fazer esse tipo de cirurgia. No entanto é necessária a indicação do cirurgião especializado e que tenha experiência em tais técnicas.

Que tipos de procedimentos podem ser feitos com o tipo de cirurgia?

A maioria das cirurgias do pé e do tornozelo tem possibilidade de serem realizadas por técnicas minimamente invasivas (artroscopia /cirurgia percutânea), porém apenas o médico pode indicar.

As exceções são normalmente relacionadas às cirurgias de partes moles e pele (ressecção de tumores, cirurgias em tendões, reconstrução de leito ungueal), tratamento de infecções, amputações, deformidades grosseiras e fraturas graves. As inúmeras possibilidades de técnicas minimamente invasivas são listadas nos tópicos abaixo.

Cirurgias minimamente invasivas de pé e tornozelo

Dentre as cirurgias minimamente invasivas no pé e tornozelo, vamos falar sobre duas principais:

Artroscopia

A artroscopia passou a ser utilizada nos tornozelos depois de muito tempo sendo utilizada, quase que exclusivamente para cirurgia nos joelhos. 

Com o desenvolvimento das técnicas e dos instrumentos para a cirurgia, chamados de artroscópios (ópticas e câmeras).

Este procedimento é atualmente usado para o tratamento de várias lesões, em diferentes articulações do corpo, inclusive no tornozelo e em articulações de tamanho menor, como as do pé. 

Apesar de haver publicações a respeito da artroscopia de tornozelo datadas de de 1939, tem se tornado mais comum no mundo apenas nos últimos 20 anos, e no Brasil nos últimos 10.

Trata-se de um procedimento minimamente invasivo realizado como diagnóstico e terapêutico, em que a articulação do tornozelo é abordada com pequenas incisões, com entre 4 e 5 mm, e é inserido uma microcâmera, onde o médico visualiza as imagens em um monitor de alta resolução e opera com instrumentos cirúrgicos delicados.

A artroscopia é um procedimento realizado para tratar ou diagnosticar cirurgicamente patologias com o mínimo de agressão local, pois visualiza o interior da articulação possibilitando movimentos mais delicados e precisos.  

O avanço da tecnologia e da ciência possibilitou que diversas patologias, antes tratadas com cirurgias mais invasivas, agora pudessem satisfatoriamente serem tratadas com a artroscopia de forma muito mais satisfatória. 

Com este tipo de cirurgia, o paciente pode voltar às suas atividades do dia a dia em um tempo muito menor. 

As principais indicações para a artroscopia atualmente são:

  • Lesões da cartilagem articular (tálus e tíbia);
  • Instabilidades crônicas do tornozelo (entorses de repetição)
  • Sinovites (inflamações crônicas do tornozelo);
  • Impacto posterior (ósseo/os trígono ou de tecido inflamatório);
  • Impacto anterior (ósseo ou de tecido inflamatório) e corpos livres intra-articulares (fragmentos osteocondrais destacados). 

Nos últimos anos, as indicações também se ampliaram para fraturas intra-articulares do pé e tornozelo e nas artrodeses (fusões ósseas) da subtalar, do tornozelo e do hálux.

A artroscopia tornou-se uma prática habitual nos últimos anos para a cirurgia do tornozelo, pois ela permite reduzir a agressividade do procedimento. Assim diminui o período de recuperação e tem menos possibilidade de complicações, comparada a abordagem cirúrgica convencional. Praticamente em todos os casos, o paciente pode apoiar o pé no chão, usando muletas, um dia depois da cirurgia. 

Cirurgia Percutânea

O Dr. Stephen Ishan, desenvolveu a cirurgia percutânea nos Estados Unidos, na década de 1980, no entanto ela foi aperfeiçoada pelo ortopedista espanhol, Mariano de Prado em meados dos anos 90. 

Trata-se de um procedimento relativamente novo no Brasil, já que em outros países da América do Sul vinha sido praticada desde os anos 90, só chegou ao Brasil há poucos anos. 

A cirurgia é feita com anestesia local,com a técnica de pentabloqueio,  cortes ósseos feitos com  mini incisões na pele, possuindo por volta de 2 a 3mm, para a introdução dos instrumentos (fresas percutâneas).

Durante o procedimento é feito um controle através de radiografias feitas durante a cirurgia, podendo utilizar ou não material de síntese (parafusos percutâneos).

A técnica segue o padrão de modernidade e evolução da medicina, que pensa no bem-estar do paciente e por isso busca método cada vez menos agressivos para que o paciente consiga retornar às suas atividades o quanto antes. 

Pessoas que possuíam contra indicação para a cirurgia aberta tradicional, podem fazer o procedimento. Dentre eles, diabéticos, idosos e pessoas com insuficiência vascular/varizes. 

A técnica se estabeleceu no Brasil e no mundo nos últimos anos, ampliando suas indicações, já que antes era exclusiva apenas para o ante pé (metatarsos e dedos) e agora é utilizada para as demais porções do pé e tornozelo. 

As principais indicações da cirurgia são para o tratamento de:

  • HÁLUX VALGO (JOANETE);
  • METATARSALGIA e NEUROMA DE MORTON;
  • DEFORMIDADES NOS DEDOS MENORES (DEDOS EM GARRA);
  • CALOSIDADES NOS DEDOS;
  • DOENÇA DE HAGLUND;
  • TENDINOPATIA INSERCIONAL DO TENDÃO CALCÂNEO/AQUILES e;
  • FASCITE PLANTAR (ESPORÃO), PÉ PLANO e PÉ CAVO.

Com o procedimento, o paciente pode ter alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia, usando uma sandália e curativos especiais, além de uma recuperação mais rápida e ter menos dor durante o processo. 

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Dr. Rafael Botelho | CRM CE 13307 | RQE 7901