A artroscopia – olhar dentro da articulação (arthros + skopein) – passou a ser utilizada nos tornozelos após um longo período de uso, quase que exclusivo, nos joelhos. Com o desenvolvimento das técnicas e dos artroscópios (câmeras e ópticas), esta ferramenta é atualmente usada para o tratamento de diversas lesões, em diferentes articulações do corpo, inclusive no tornozelo e em articulações menores do pé. A primeira publicação referente à artroscopia do tornozelo data de 1939, mas esta ferramenta só se tornou mais difundida nos últimos 20 anos internacionalmente e nos últimos 10 anos no Brasil.
Trata-se de um procedimento diagnóstico e terapêutico, no qual a articulação do tornozelo é abordada de forma minimamente invasiva, através de pequenas incisões (4 ou 5 mm), pelas quais são introduzidas uma microcâmera, conectada a um monitor de alta resolução, e delicados instrumentos cirúrgicos.
Com a artroscopia, pode-se visualizar o interior da articulação, diagnosticar e tratar cirurgicamente diversas patologias dessas regiões, com mínima agressão local.
As indicações para artroscopia do tornozelo aumentaram muito nos últimos anos, e continuam a evoluir. O avanço tecnológico e científico permitiu que diversas patologias, antes tratadas com cirurgias abertas e invasivas, pudessem ser tratadas de forma muito satisfatória por meio de cirurgia artroscópica.
As principais indicações atualmente são SINOVITES (INFLAMAÇÕES CRÔNICAS DO TORNOZELO), LESÕES DA CARTILAGEM ARTICULAR (TÁLUS E TÍBIA), INSTABILIDADES CRÔNICAS DO TORNOZELO (ENTORSES DE REPETIÇÃO), IMPÁCTO ANTERIOR (ÓSSEO OU DE TECIDO INFLAMATÓRIO) E POSTERIOR (ÓSSEO/OS TRIGONO OU DE TECIDO INFLAMATÓRIO) E CORPOS LIVRES INTRA-ARTICULARES (FRAGMENTOS OSTEOCONDRAIS DESTACADOS). Nos últimos anos, as indicações tem-se ampliado, sendo também utilizadas nas FRATURAS INTRA-ARTICULARES DO TORNOZELO E DO PÉ E NAS ARTRODESES (FUSÕES ÓSSEAS) DO TORNOZELO, DA SUBTALAR E DO HÁLUX.
A artroscopia do tornozelo tornou-se nos últimos anos numa prática habitual na cirurgia do tornozelo. A sua utilização permite reduzir a agressividade do procedimento, um menor tempo de recuperação e menos complicações relacionadas com a abordagem cirúrgica clássica. Na maioria dos casos, o paciente pode apoiar o pé no chão, com auxílio de muletas, já o primeiro dia após a cirurgia.
A cirurgia percutânea foi desenvolvida nos Estados Unidos pelo Dr. Stephen Isham, ainda na década de 80, e aperfeiçoada e consagrada pelo ortopedista espanhol Mariano de Prado, a partir dos anos 90. Embora já seja praticada em países da América do Sul, como Chile e Argentina, há mais de 10 anos, só chegou ao Brasil há pouco anos, devido à influência norte americana, que não difundiu a técnica.
O método consiste em cortes ósseos por meio de mini-incisões de pele (2 a 3 mm), pelas quais são introduzidos os instrumentos utilizados (fresas percutâneas). O procedimento é feito sob controle radioscópico (radiografias durante a cirurgia) e pode ou não utilizar material de síntese (parafusos percutâneos). A anestesia também é local, realizada ao nível do tornozelo, através da técnica do Pentabloqueio, sem a necessidade da Raquianestesia tradicional.
Essa técnica inovadora vai de acordo com a evolução da medicina moderna que visa, cada vez mais, a minima agressão ao paciente, com retorno mais rápido às atividades diárias e ao trabalho. Pacientes com contra-indicações à cirurgia aberta tradicional (idosos, diabéticos e com insuficiência vascular/varizes) agora podem desfrutar dos benefícios da cirurgia.
Nos últimos anos, essa técnica foi-se estabelecendo no Brasil e no mundo, tendo suas indicações ampliadas. Antes, era restrita apenas ao antepé (metatarsos e dedos) e, atualmente, já são feitas cirurgias nas demais porções do pé e do tornozelo.
As principais indicações são no tratamento do HÁLUX VALGO (JOANETE), METATARSALGIA e NEUROMA DE MORTON, DEFORMIDADES NOS DEDOS MENORES (DEDOS EM GARRA), CALOSIDADES NOS DEDOS, DOENÇA DE HAGLUND e TENDINOPATIA INSERCIONAL DO TENDÃO CALCÂNEO/AQUILES, FASCÍTE PLANTAR (ESPORÃO), PÉ PLANO e PÉ CAVO.
Finalmente, o paciente pode ter alta hospitalar no mesmo dia, caminhando com uma sandália e curativo especiais, com menos dor e reabilitação mais rápida do que na cirurgia tradicional.
• 1) Pode pisar ou não, a depender do procedimento cirúrgico (Seguir orientação do cirurgião).
• 2) Caso esteja imobilizado com tala gessada, NÃO retirar.
Caso haja algum problema (dor forte, sensação de aperto, inchado ou arrocheamento dos dedos – Procurar a EMERGÊNCIA IMEDIATAMENTE).
• 3) O primeiro curativo normalmente é trocado apenas pelo médico, durante o retorno no hospital, na segunda semana. Deve ser protegido durante o banho (usar sacos plásticos e esparadrapo).
Caso suje de sangue ou molhe, deverá ser trocado antes, lavando a ferida operatória apenas com soro fisiológico (NÃO lavar com água corrente), seguido de secagem da ferida com gaze (NÃO deixar a ferida úmida) e refazer o curativo com gaze e crepom – NÃO se deve aplicar sabão, detergente, antiséptico, pomada ou rifocina sem orientação médica prévia.
À partir da primeira troca de curativo, deve-se repetir a troca diariamente.
• 4) Ao deitar ou sentar, deve-se manter o membro elevado com travesseiros para manter o mesmo acima da linha do corpo de forma confortável.
• 5) Utilizar medicações conforme prescrição médica.
Normalmente: (1 anti-inflamatório / 1 antibiótico profilático / 1 analgésico).
6) Deve-se realizar rotineiramente e deitado a flexo-extensão do joelho e do quadril para ativar a circulação.
A movimentação do pé e do tornozelo deve ser feita conforme orientação do cirurgião.
7) Em caso de dúvidas ou intercorrências, entrar em contato com a secretária do Dr. Rafael Botelho pelo celular ou WhatsApp: (85) 9 9959-1062.
• 1) Realizar exames pré-operatórios conforme solicitados
Podem ser dispensados dependendo do perfil do paciente, do porte da cirurgia e do tipo de anestesia.
• 2) Autorizar a Cirurgia
Pode ser feito no setor de internação do Hospital escolhido ou diretamente no Plano de Saúde (fisicamente ou online).
Após a autorização – Entrar em contato com a secretária do Dr. Rafael Botelho pelo celular ou WhatsApp: (85) 9 9959-1062.
• 3) Jejum de 8 horas antes da cirurgia marcada. Não se alimentar ou beber líquidos nesse período. Pode tomar APENAS água ou gatorade até 4 horas antes da cirurgia.
• 4) Comparecer ao hospital no horário informado, geralmente 2 horas antes da cirurgia.
• 5) Em caso de uso regular de medicação, esta deve ser tomada normalmente com uma pequena dose de água, exceto se o médico suspender no pré-operatório.
• 6) Manter medicamentos anti-hipertensivos e medicamentos para doenças da tireóide. Evitar complementos vitamínicos, Gingko Biloba ou chás.
• 7) Suspender medicamentos para diabetes no dia da cirurgia.
• 8) Sempre informar o cirurgião sobre tratamento de doenças prévias, uso de medicação crônica (principalmente uso de anticoagulantes, antiagregantes plaquetários ou anti-inflamatórios), os quais devem ser suspensos com maior antecedência.
• 9) Levar todos os seus exames para o hospital, mesmo que o médico já tenha visto (Radiografia ou Raio-X, Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e exames laboratoriais).
• 10) Levar as órteses (botas ou sandálias ortopédicas) e/ou par de muletas adquiridas, caso tenha sido solicitado previamente pelo cirurgião.
• 11) Sempre leve um acompanhante para cirurgia.